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Hoje: Coronavírus...

Me rendi... não queria escrever sobre o Coronavírus, porque todo mundo está escrevendo sobre isso, mas não tem mais como fugir...


Há algumas semanas li dois artigos de pensadores que considero importantíssimos para analisar nosso mundo na atualidade: Yuval Noah Harari: the world after coronavirus e Domenico de Masi: Coronavírus anuncia revolução no modo de vida que conhecemos.

Possivelmente você já ouviu falar deles. Harari é o autor de Sapiens, livro que fez muito sucesso nos dois ou três últimos anos, onde ele traça, magistralmente, a evolução humana; e Domenico de Mais é o pensador que elaborou o conceito de ócio criativo.

Ambos trouxeram alguns pontos que, para mim, foram decisivos:

  1. A possibilidade de a humanidade passar a viver com surtos pandêmicos cíclicos, em função da globalização e da disseminação de costumes/vírus/bactérias que antes eram restritos a populações específicas e

  2. As constantes mutações de vírus e bactérias podem levar a humanidade a estar permanentemente em busca de vacinas, medicações, novos protocolos médicos, etc.

E ainda, eu tenho pensado: hoje vemos a instalação na sociedade de um medo permanente em relação à saúde, ao contágio, uma superhigienização de tudo (incluindo das pessoas), uma paranoia de assepsia e isolamento. Como viver com isso? Sou de uma geração que tomava água da torneira e brincava de pé descalço na rua... (aliás, quem tiver interesse em ler um conto futurista sobre isso – ou talvez nem tão futurista - li um que achei magnífico, de uma nova escritora - clique aqui)

É muito interessante olharmos como a humanidade possui a capacidade de se reinventar. Se começarmos a olhar no entorno, percebemos alguns movimentos que antes da pandemia seriam impensáveis. Por exemplo: a busca por apartamentos com sacadas e casas com pátios. Apesar da crise do coronavírus, o setor imobiliário teve aumento na procura e comercialização desse perfil de imóvel, bem como a busca por imóveis no interior, distante das grandes capitais.*


Esse movimento, entretanto, parece seguir uma tendência que já vinha sendo observada antes da pandemia, um movimento de retorno a cidades menores em busca de segurança e qualidade de vida. Há um tempo atendi uma empresa da área de TI, onde vários profissionais de São Paulo estavam vindo residir em Porto Alegre na busca de maior qualidade de vida: menos tempo no trânsito, menos poluição, possibilidade de morar melhor com menores valores e com boas opções gastronômicas e culturais. Até a questão da segurança era levantada por eles, mesmo com nossos consideráveis índices de assaltos, roubos e criminalidade.


Conforme mencionado, muitos processos de reinvenção (pegamos aqui o exemplo da busca por moradia) já existiam antes do coronavírus, mas a pandemia e seus efeitos acentuou, acelerou e desnudou essas questões.


Decididamente novos tempos. Recebi, dia desses, um vídeo de um escritor, músico e empreendedor (assim ele se intitula em seu site) chamado Nayo Escobar. Quem tiver interesse em assistir, clique aqui, é um vídeo rápido. Gostei muito do que ele trouxe à reflexão. Basicamente ele retomou uma das leis do darwinismo: quem sobrevive às crises não é o mais forte ou o mais inteligente, mas aquele que tem melhor capacidade e agilidade de adaptação ao novo. E, ainda, inovar não é só pensar, mas por em ação.


Então, se pensarmos em Gestão de Pessoas (Made in Brasil, conforme já falei aqui), precisamos pensar nas seguintes competências:

- capacidade de análise e compreensão de novos cenários,

- capacidade de discernimento para selecionar o que é relevante e significativo no mar de informações em que vivemos**,

- adaptabilidade,

- iniciativa e

- resiliência.


Quando trago essas competências não estou aqui pensando em mudanças gigantescas, mas sim na capacidade de olhar ao seu redor e, analisando o micro no contexto macro, desenvolver e aplicar as demais competências listadas.


Muitas vezes essas palavras remetem a exemplos como Bill Gates ou Steve Jobs. Eles conseguiram levar essas competências a níveis estratosféricos e promoveram mudanças gigantescas e estruturais, mas nem sempre as mudanças e/ou as inovações são assim. Muitas vezes pequenas ações têm resultado significativo no cotidiano daquela pessoa ou daquele empreendimento.


Então, para evoluirmos com a pandemia, importa olhar o macro cenário sem perder de vista o nosso micro viver do quotidiano e, tendo bom senso, nos adaptarmos com a menor resistência possível - o que nos levará a sofrer menos e, principalmente, a desenvolvermos novas aprendizagens.


Claudia Hochheim Oliveira – Consultora em Gestão de Pessoas

A&C Consultores Associados

** Esse tema será assunto de uma de nossas próximas publicações.

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